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Contingenciamento ou corte no orçamento das Universidades Federais? Qual é a diferença?

Estudantes-protesto-universitários (1)

Políticas Públicas

Por Carlos Evangelistajor

Tags:

Balbúrdias, Ensino superior, MEC, Oposição, Visão científica, Visão política

Fala-se muito, e deve-se falar muito mais ainda sobre o

contingenciamento ou corte de 30% no orçamento das Universidades e

Institutos Federais, como forma de obedecer à Lei de Responsabilidade

Fiscal, e, claro, dar um tapa de luvas visando alertar e sacudir os

reitores no tocante a liberdade individual exacerbada nos campus

universitários, com a anuência de muitos desses reitores.

Do ponto de vista econômico, dos 100% do orçamento das universidades,

cerca de 80% são despesas correntes como pagamento de salários dos

servidores, aposentadorias, nisso não se mexe. A contingência afetará a

verba de custeio e limitará o poder administrativo dos respectivos reitores,

que, sem dinheiro, comerão na mão do governo e por conseguinte terão

que apaziguar as “balbúrdias”, conter o consumo excraxado de drogas

nos campus, como se essas universidades tivessem plena autonomia

que quase chega a um poder paralelo, onde a Polícia não pode entrar e

agir. O governo quer acabar com esses redutos nocivos a quem de fato

quer ensinar e aprender.

Como disse o Ministro da Educação, Abraham Weintraub, “universidade

não é um estado soberano”. É preciso dar direcionamento saudável às

universidades que hoje se dividem entre visão científica e visão política,

ideologicamente falando.

dia-d-educacao (1)

Objetivo do governo neste momento, me parece, é conter gastos com o

ensino superior para fazer sobrar e aplicar na educação básica. Quando

a economia estiver aquecida e ser favorável desbloqueia-se o

contingenciamento, que a oposição insana chama de corte.

Obviamente que em outras palavras o governo está forçando essas

instituições superiores , através dos seus reitores, para também

contribuírem na queda de braço, condicionando o desbloqueio da verba

a aprovação da reforma da previdência social. Sem o que o País só

continuará afundando em todas as áreas.

Enquanto durar o impasse, acredito que as aproximadas sessenta

Universidades e quase quarenta Institutos Federais estarão mais focados

no desempenho acadêmico, nas publicações científicas, avaliações em dia,

em vez das contínuas greves, protestos, contravenções e libertinagem,

porquê não dizer?

Em meio as manifestações, esta semana o Ministro da Educação apresentou as metas do MEC. Entre elas estão:

• Foco na educação básica, aprimorando o fundo de manutenção de

desenvolvimento da educação básica e da valorização dos professores da

educação (Fundeb).

• MEC como indutor da política de educação nacional.

• Gestão técnica orientada à entrega de resultados.

• Construção de um sistema educacional nacional orientado pelo mérito

e para o mérito.

• Fixação de incentivos para a adoção das melhores práticas nacionais

e internacionais em gestão da educação.

• Disciplina, ordem, respeito a todos no espaço da educação público e

privados.

• Respeito à liberdade e diversidade de pensamento.

• Investimento em capital humano para aumentar a competitividade da

economia brasileira.

Segundo o ministro, o método a ser empregado para alcançar essas

metas pode ser qualquer um que esteja avaliado em evidências

científicas e para isto tem que ter números comprovando.

Todos nós queremos que haja mais investimentos na educação. Mas para

tanto é preciso arrumar a casa, especialmente na educação superior,

onde a qualidade do aprendizado está sendo banalizada com o uso do

dinheiro público. Era sim preciso uma contextualização sobre a educação

no Brasil, incluindo no pacote uma investigação mais apurada sobre

concessões de alvarás as inúmeras instituições de ensino superior, que

visam apenas ganharem dinheiro, sem qualquer compromisso social

com o desenvolvimento intelectual da comunidade acadêmica.

Fontes:

https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2019/05/bolsonaro-diz-que-manifestantes-contra-cortes-na-educacao-sao-idiotas-uteis-e-massa-de-manobra.shtml

https://www.poder360.com.br/governo/ao-vivo-ministro-da-educacao-explica-corte-no-orcamento-das-universidades-na-camara/

https://www.bbc.com/portuguese/brasil-48283522

https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/05/15/entenda-o-corte-de-verba-das-universidades-federais-e-saiba-como-sao-os-orcamentos-das-10-maiores.ghtml

https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica/2019/05/14/interna_politica,754993/planalto-desmente-deputados-e-diz-que-corte-na-educacao-esta-mantido.shtml

https://exame.abril.com.br/brasil/veja-fotos-e-videos-dos-protestos-contra-os-cortes-na-educacao/

Carlos Evangelista é jornalista e especialista em Sociologia Política (UFPR). Este artigo reflete as opiniões do autor. O site não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.

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